Aula da Saudade Coletiva ETEMAC – 2018
Bom dia para quem quer
e para quem não quer! Assim, durante várias vezes, me dirigi a cada sala ao
longo dos dois anos que os acompanhei. Assim teria sido, caso tivesse
acompanhado, todo o ciclo completo do ensino médio...
Durante duas semanas
fiquei pensando no dia de hoje, recorri para alguns dos colegas (agradeço a
todos os professores, principalmente a Jéssica e Rosely e demais da gestão).
Durantes dois fins de semanas procurei escrever, escrevi muito... Mesmo assim
não conseguia dizer tudo: lembrar de coisas boas, com receios de esquecer
outras melhores. Lembrar de momentos tensos e decepcionantes de sala – cada
sala me deu sorrisos, várias raivas e vários nadas!!! Confesso que sorri muito,
ouvi muito vocês. Vocês muito me ouviram: ‘bales’, minha vida pessoal...
Infelizmente não estive
com vocês no 1º ano para falarmos sobre a “convivência humana”, mas conseguimos
vivenciá-la, ora como um reality show (melhores bate-bocas que assisti diversas
vezes nas vossas salas), nem pude nesta mesma série falar com vocês sobre a
origem de tudo (ia usar de Tales de Mileto, que dizia que a água era o
principio de tudo, daí compreender como vocês ao longo dos anos que acompanhei
tinham sede, muita sede de viver. Hoje compreendo as várias saídas para tomarem
água). Jamais, caso os tivesse tido no 1º ano, chamá-los de peripatéticos (uma
referência ao modelo de ensinar andando e passeando, como de costume de
Aristóteles), afinal nunca os levei para quadra. Insistido por muitos!
Discutimos culturas,
falamos das instituições da sociedade e ficamos em dúvida quanto a liberdade
existir ou não! Tratamos da política. Assistimos grandes seminários, e outros
nem tanto...!
Na reta final, consegui
à pedido reunir uma galera para discutir e resolver questões para o SSA e
ENEM(pena que apenas numa turma). Mas minha maior alegria, meninos e meninas,
foi ver que ao falar de Estética (o belo e do feio, que ainda teve alunas que
gritaram em sala: oba, vamos falar de cosmética! Tolinhas, não sou representante
Avon e Jequiti..) esse tema neste pouco e corrido bimestre esteve presente num
dessas provas!!!
Continuando...
Num dos bimestres o
tema de Ética falava de amor e amizade, em alguns dos tópicos. Disse que estava
proibido falar de crushs e equivalentes...Tivemos várias falas sobre isso. Me
senti um pouco Serginho Groisman. E num desses momentos me lembrei que escrevi
algo sobre amor. Esperando que alguém tenha aprendido, em sala, que o amor
conforme os gregos é “a confusão de tudo”, embaralhado como a confusão que
fazemos quando falamos do amor como quem fala de um objeto.
E então eu li, para
alguém que não lembro, o que fiz sobre o amor. Posso ler?
“O que é o amor?
Senão pão, água, a
essência da vida,
é o sentimento mais
profundo
talvez seja o que mais
falta no mundo
e o que mais tenho para
dar.
O que é o amor?
É o amor
É o sentimento que vem
e que passa
E é o que mais nos
marca
E a dor que jamais vai
passar.
O que é o amor?
É o que todo homem tem
para dar.
É a única coisa que o
faz chorar
É o preencher de um
espaço que nada pode ocupar.
O que é o amor?
É a própria ferida que
dói e não cicatriza
não pode ser uma vida
dividida.
Jamais pode ser um
adeus de uma partida.
E então, o que é o
amor?
É a vida compartilhada
É a mais bela coisa da
vida."
Por favor, aplausos!
Breves.
Continuando...
Corrigi dois anos
seguidos se era Weber ou Ueber. Gente é Max Weber!!! Ok?
Não tenho como esquecer
da bronca dos gabaritos, pois esquecer equivale a “morrer” um pouco. Com ela
veio a Lei do retorno, o que plantamos colhemos. Deixar para trás é dificultar
o seguir em frente. Temos que lembrar para extrairmos lições. Daí basta
lembrarmos das aulas de Ética (modéstia à parte, nossas melhores aulas de
Filosofia, desculpem-me se em outros conteúdos não me doei tanto! E fui tão
elogiado por André Moraes, vocês nem imaginam!).
Mas, acima de tudo,
sobrevivemos e aqui hoje estamos! Superando...De tudo tem que restar alguma
saudade, pessoal.
Decidi trazer trechos
para refletirem e, logo assim, encerrar minha fala com vocês...Prestem atenção:
Citações do livro “O vendedor de sonhos”
de Augusto Cury
de Augusto Cury
Sem sonhos, os monstros
que nos assediam, estejam eles alojados em nossa mente ou no terreno social,
nos controlarão.
O objetivo fundamental dos sonhos não é o sucesso, mas nos livrar do fantasma do conformismo.
O objetivo fundamental dos sonhos não é o sucesso, mas nos livrar do fantasma do conformismo.
Quem não é generoso consigo mesmo jamais o será com os outros. Quem cobra muito de si mesmo é um carrasco dos outros.
A generosidade é um dos maiores sonhos que devemos difundir no grande “caos social”.
Generosidade é uma palavra que habita os dicionários, mas raramente o coração psíquico.
Só dorme bem quem aprende primeiramente a repousar dentro de si.
É possível fugir dos monstros de fora, mas não dos que temos dentro da mente.
Os egoístas vivem no calabouço das suas angústias, mas os que atuam na dor dos outros aliviam a própria dor.
Sou apenas um caminhante que perdeu o medo de se perder.
Os que vendem sonhos são como o vento: você ouve a sua voz, mas não sabe de onde ele vem e nem para onde vai.
O importante não é o mapa, mas a caminhada.
Não existem heróis. Todo gigante encontra obstáculos que o transformam em criança.
Se quiserem vender o sonho da solidariedade, terão de aprender a enxergar as lágrimas nunca choradas, as angústias nunca verbalizadas, os temores que nunca contraíram os músculos da face.
Nunca procurei meu filho e lhe perguntei quais eram seus temores ou suas mais marcantes frustrações.
Impus regras para eles, lhe apontei erros, mas jamais vendi sonhos de que sou um ser humano que precisa conhecê-lo e precisa ser amado por ele.
Nunca procurei um aluno que expressasse um ar de tristeza, irritabilidade ou indiferença. Mas a vida me ensinou...
Somos criativos em excluir, mas inábeis em incluir.
Começamos a entender que, quando somos frágeis, aí é que nos tornamos fortes.
Não existem pessoas imprestáveis, mas pessoas mal valorizadas, mal utilizadas, mal exploradas.
O ser humano morre não quando seu coração deixa de pulsar, mas quando de alguma forma deixa de se sentir importante.
Aprenda que uma pessoa pode ferir seu corpo, mais jamais poderá ferir sua emoção, a não ser que você permita.
A vida se extingue rapidamente no parêntese do tempo. Vivê-la lenta e deslumbradamente é o grande desafio dos mortais.”
Aqui digo para vocês a nossa vida não é fim, é
meio. Aqui, na ETEMAC, encerramos um ciclo, mas continuarão, cada um, uma
trajetória. O nosso maior desafio é viver, imaginem se não
existisse esse momento aqui hoje? Amanhã
será mais um dia para viver e relembrar...
Bem galerinha, dois
anos se passaram e aí estão vocês começando a dar adeus a muitas coisas, que
tenham sucesso pessoal e profissional e mantenham-se as amizades. E muitas
tretas! Saudades! Sorrisos!
Encerro minha fala de
texto da aula da saudade nas palavras de José Saramago, no romance ‘Ensaio sobre a Cegueira’,
quando ele escreve: “Dentro de nós há uma coisa que não tem
nome, essa coisa é o que somos.” E diz
mais: “A felicidade consiste em dar passos em direção a
si mesmo e olhar o que você é.”
Até dia 27, no Baile.
Jaboatão dos Guararapes, 28 de novembro de 2018.
Quando o senhor começou a falar, eu me segurei para n chorar.
ResponderExcluirFicou lindo demais! O senhor vai fazer falta, Jardinho ❤
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