Adeus, Dida, minha irmã!




Dia 22 de outubro, antes das 18:30, minha única irmã passa mal. Era domingo.Ela se preparava para ir à igreja. Pouco tempo antes, fora na casa de nosso irmão mais velho (ela era a mais velha entre todos nós, 55 anos de idade completados em 21 de setembro) repassar o hino no CD que ia louvar no culto.
Rapidamente, após passar mal, e os presentes pedirem a Deus para ser repreendida aquela situação, um dos meus sobrinhos pegou o carro e a socorreu. UPA. Hospital. E o domingo para segunda era de apreensão. Notícias chegaram. AVC!
Segunda-feira, fui trabalhar, mas a todo instante ligava para casa na busca de notícias! Desde sua ida aos primeiros-socorros e informações seguintes na noite de domingo é que a mesma estava na UTI, depois informações era de que saiu do quarto vermelho para o amarelo. Paralisou um lado. Mexeu braço...E não sabia que a situação não era a mais tranquila. Quase ninguém sabia!
Cheguei cansado naquela segunda-feira do trabalho, fruto da noite mal dormida e preocupação. Pensava na minha mãe. Pensava em todos!

Cochilei muito naquela segunda-feira a ponto de nem acompanhar o jornal na televisão. Minha mãe tomou seus remédios para controlar sua pressão (anos que lida com hipertensão). Foi dormir! Eu cochilava mais uma vez...
Pouco mais das 21:30  veio meu sobrinho (filho do meu irmão mais velho), aguachado fala: "Jardson, os médicos disseram que darão até às 10h de amanhã para minha tia reagir, senão decretarão morte cerebral!" Meu sono parou! As horas se tornaram mais lentas!

Noite aflita. Agitações na rua. Pedia a Deus que minha mãe não fosse acordada.Tentando poupar minha mãe das notícias de última hora. Foi inevitável, quando já chegava próximo da meia-noite, quando ela acordou com barulho de um atordoado que gritava naquele pedaço de rua, na porta de minha irmã.

Minha mãe recebeu a notícia. Pedi que ela deitasse novamente. De 01:00 ela se levanta. Eu não! Todavia fiquei atento. O tempo foi passando, não via minha mãe retornar. Fui ver onde ela se encontrava. Lá estava ela, sentada, olhos inchados de chorar. Hora avançava.Madrugamos. Fui dormir às 02:43 (hora que visualizei no celular, e já havia alertado amigos da escola que não iria trabalhar naquela manhã e reforcei ao acordar). Minha mãe continuou no lugar algum longo tempo (relato dela que fora dormir às 04:00 mais ou menos).

Às 05:30 já estava de pé. Olhei o celular. Via direct, minha sobrinha (neta de minha irmã) pedia que, antes de trabalhar, fosse na casa da vó (minha irmã!!!). Meu coração acelerou forte! Entendi tudo!

Naquela manhã de terça-feira, 24 de outubro, fui comunicado que às 03:10 minha irmã havia falecido!

Tudo mudou. O dia ficou triste. Familiares e amigos de nossa família se colocando à disposição. Uma mistura de sentimento começou a tomar conta de todos. Às 14h o velório ocorria numa igreja que pôde ser local para o momento.

Na quarta-feira, enlutado, criei coragem de ir ao velório. No velório criei coragem de ir ao sepultamento. A última vez (e creio que única) que fui aos eventos que acabei de citar foi em 1986, quando eu tinha 8 anos de idade na morte de meu pai! Espero nunca mais ir. Só ao meu, pois não terei escolha. É muito triste.

Hoje, bem próximo das 22h horário local, quando decidi escrever um pouco, decorridos quase uma semana desde o falecimento de minha irmã Dida, talvez seja o dia menos doloroso! Ainda vejo a tristeza de minha mãe. Ora vejo um pouco de conforto chegando para ela e os demais familiares (refiro principalmente para única filha de sangue de minha irmã, os netos e sobrinha - filha do irmão mais velho - que ela criava. E a dor e força que o esposo dela está buscando para seguir. A verdade é que os nossos sentimentos estão oscilando muito! A dor e a saudade talvez passem. Talvez não. Mas entendemos assim: é tudo conforme a vontade de Deus! Isso traz uma força (para o espiritual).

Se fosse relatar tudo que ocorreu, como cada um que a tinha como irmã, filha, netos, sobrinhos, amigos íamos molhar o teclado e escrever durante horas.  Admiro a todos que compartilharam de carinho e compreensão com toda nossa família. Agradeço a cada momento que tem feito da família uma fortaleza que, às vezes, balança mas se mantém erguida e assim permanecerá!

Dida, saiba que a saudade e tudo que vivemos (ou não vivemos) teve os propósitos de Deus. Valeu por ter estado conosco. Lamentaria não ter aproveitado mais, não ter muitas vezes juntamente com muitos de nossos familiares mais momentos alegres. Mas creio que sua partida, na paz, nos trará mais unidade aos Alves de Lemos.

O conforto que há, de certo modo, é o que vem da crença e fé que minha família professam em Deus e na certeza do descanso eterno, e assim postei às 9:57 do dia 24/10/2017, juntamente com a foto de Dida: "Para nós, apenas, o consolo e a certeza de que Deus fez conforme Sua vontade. Vai com Deus, minha irmã. #Luto."

A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, sentado e em pé
Agora, às 22:18, de 30/10/2017 finalizo. Mas antes confesso, parece que não é verdade, parece que nada disso aconteceu. Já que aconteceu, que Deus esteja cuidando dela e nos trazendo consolo e conforto.

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